Caminhando sozinha na beira do mar ela ia. Ia em
busca de novos e melhores pensamentos. Ia em busca da mudança. Ia em busca de
verdades. Ia em busca de valores que muitas vezes foram deixados para trás,
sabe-se lá porque.
A tranquilidade do mar fazia ela pensar o quanto
fora burra em meio há tantas escolhas sem fundamento, mas que por algum motivo,
que não sabia qual, podia ter algum valor e fazer algum sentindo.
Caminhando sozinha na beira da praia, sentindo a
brisa no rosto, os cabelos mexendo lentamente e os pés se corbrirem de areia
molhada, ela sabia que nada mais valeria a pena. O mundo já não era mais como
antes, o brilho do viver e a certeza que tudo tinha sentido passou a ser uma
rara lembrança que, com medo de perder na memória anos de paixão, fizeram com
que ela quissesse por alguns segundos viver eternamento aquela magia que só o
mar e calmaria trazia para seu coração.
Parou, e por alguns minutos tentou entender o
porque de tudo aquilo. De tudo jogado para o alto, de palavras não ditas, de
olhares que não mais se cruzariam, do sorriso acalentando sua brabeza, do
abraço aconchegando em seus seios os braços firmes de alguém que não mais
estava ali para falar que tudo aquilo não passava de meros pensamentos sem
sentido.
Mas ao contrário do que imaginara o que parecia ser
para sempre não era mais seu. O futuro
prometido já tinha passado e ela nem ao mesnos percebeu que aqueles anos de amor
já estavam acabados. Caminhando sozinha na beira do mar ela se via frente a
frente com seu próprio destino, com a solidão.