20/09/2010

O amor brega

Não irei escrever sobre o amor brega, mas indicar um post do amigo e colega Rico Machado, pois faço minha as suas palavras, ao assumir NOSSA breguice.



Eu e Tan resolvemos assumir nossa breguice. Admitir que o amor é brega.  Assim como as cartas de amor também são. Não seriam cartas de amor se não fossem bregas.

É a breguice da vergonha, do sorriso contido, do feitio desajeitado.  É tão brega que explicar torna-se difícil, mas explicação isso não requer. Se fosse para explicar porque amo uma guria, ficaria com a frase de Tan Hong Ming ” – Ela tem brinco e tem rabo de cavalo”, simples assim. É a vontade de convidar pra sair, jantar, conversar, mas o amor inibe a coragem.

Quem ama, geralmente, tem medo de amar. No fundo mesmo, tem medo de ser brega, mas sequer supõe que a beleza do amor reside, justamente, na breguice. Quando ama tende a querer guardar o segredo consigo mesmo, porque supõe não ser correspondido e que a frustração vire chacota.

Tan Hong Ming ama Umi Qazerina. Possui uma ternura no olhar fascinante. Ama assim de um jeito brega, ou seja, de um jeito, simplesmente, lindo.

17/09/2010

O amor e o sexo

O amor e o sexo andam juntos. Mentira. Até queria escrever isso, dentro da minha visão utópica do que é o amor (porque, acreditem, eu ainda tenho uma visão utópica do amor verdadeiro), mas todos sabem (os que ainda não sabem, mais cedo ou mais tarde irão saber, feliz, ou felizmente) que sexo não tem nada a ver com o amor, assim como o amor não tem nada a ver com sexo. Já cantava Rita Lee: Amor é isso, Sexo é aquilo, E coisa e tal...

Amor sem sexo é amizade e sexo sem amor é vontade. Vontade que dá e não tem quem, ou o que segure. Sexo é vida, é saúde, é vontade, é desejo, é cheiro, é pele, é toque, é mordida, é gemido, é esquecer o mundo e se jogar (se jogar meeesmo) nas melhores e maiores fantasias que se pode ter a dois (falaremos sobre mais que dois dentro de uma relação sexual em um próximo post).

Entre quatro paredes, quando se tem tesão, nada impede que tudo possa acontecer. Levanto esta bandeira e acredito que ainda não existam no mundo tantas pessoas que sejam puritanas ao extremo, como víamos antigamente. Não  estou julgando estas pessoas, mas não transar, pelo o que irão falar, ou por que a pessoa está se guardando para o cara certo, ou porque a religião não permite, sinceramente isto é bobagem. Até colava há trinta anos, mas agora falar que sexo é tabu e que não se pode falar sobre isso em determinados lugares... por favor, estamos em pleno sexo XXI, onde crianças de 13 anos têm filhos, devido a desinformação e a falta de conversa dentro de casa sobre o assunto.

Voltando ao sexo e o amor, ou a falta dele, acredito sim nas convicções de cada um, mas levando em conta que sexo é uma das melhores coisas que temos na vida, não abro mão de falar que tudo compensa o ato de fazer sexo, e não com amor, mas com vontade e desejo. Até porque não se faz amor, se transa, se libera, se lambe e tudo mais, que certamente sei que estás pensando...

Acredito sim nas convicções dos que fazem parte do grupo de pessoas que esperam pelo momento certo, na hora certa ,com a pessoa certa. A primeira vez, admito tem que ser, no mínimo legal, mas esqueçam quem pensa que será especial, até porque é o amor e o sexo não andam juntos. Em alguns momentos até acontece sexo com amor, e admito que é bom, mas sem, certamente é beeeem melhor.

06/09/2010

O amor que acontece

Quando menos se espera o amor acontece. Parece ser fácil falar, mas quando paramos de procurar pela pessoa perfeita, aquela que sonhamos e almejamos ser o par ideal, aí é que o amor acontece. O amor acontece quando nos amamos, nos curtimos, nos gostamos, estamos em paz com nossa consciência, sem problemas com nossa auto estima e vivemos felizes, de uma forma realista.

O amor acontece quando não almejamos o eterno, mas damos espaço, dentro de nós, para curtir os pequenos momentos que cada encontro proporciona. Quando damos uma chance, não para aquele cara que nos curte há anos, ou para aquela menina, que até parece ser legal, mas quando damos uma chance para nós, para sermos felizes de uma forma mais serena e sem grandes expectativas. Sem grandes turbulências e desesperos para que tudo aconteça perfeitamente agora, neste instante.

Não falo de dar uma chance simplesmente por dar ou para não ficar sem alguém, mas uma chance no sentido de deixar os sentimentos floresceram, de deixar que os olhares se cruzem ao mesmo instante, de acreditar que uma simples janta, ou papo entre amigos, pode render histórias inimagináveis, encontros inesquecíveis e amores perfeitos.

Quando não depositamos na outra pessoa todas as nossas expectativas e angustias o amor não só acontece, mas evolui, cresce, se alimenta de nossos mais sinceros sorrisos e abraços despretensiosos. Quando menos se espera, estamos amando e ai é que vemos o verdadeiro sentido desse sentimento indescritível que surge dentro dos nossos corações e que alimenta e enobrece nossa alma. E falo em surgir, mas não de um dia para o outro, pois não se acorda amando alguém. Se ama alguém com o tempo de convívio, cedendo a algumas manias, deixando de lado os problemas e acreditando que as diferenças nos tornam seres melhores.

O amor que acontece naturalmente é como uma onda do mar, que vai e vem sem preocupação, mas com a certeza de que ele, o amor, assim como a onda, sempre estará lá, firme, forte e, ao mesmo tempo, sereno e puro.

Assim é o amor que acontece, que cresce, que aumenta, que evolui, e o único que realmente permanece.

02/09/2010

O amor que (não) acaba

Dizem que o amor não acaba. Dizem que o amor se transforma em outros sentimentos, como a raiva, o ódio e o rancor. Não sei ao certo no que ele se transforma quando duas pessoas que antes faziam juras de parceiria, afeto e companheirismo eterno, não mais sabem o que sentem um pelo outro, ou pior, sabem que o amor, tão sublime, já não mais habita onde anteriormente os mais profundos sentimentos cresciam a cada novo olhar, a cada palavra carinhosa e abraço amigo.

Que triste deixar de amar. Deixar de ter ao seu lado aquele, ou aquela, que parecia ser o carinho, abrigo e conforto de sempre e para sempre. Mas o que poucos sabem é que o de sempre um dia cansa, e que o para sempre na realidade não é eterno. Como cantava Cássia Eller "O para sempre, sempre acaba"...

Que o amor seja eterno enquanto dure. Eterno enquanto o sorriso despretensioso e o afago acolhedor ainda fizer algum sentido para os dois. Os dois que um dia eram um, mas que a vida, o karma, o destino, ou seja lá o que for, achou que não era mais o momento para as duas vidas andarem juntas, mas cada uma seguir, mesmo que solitariamente, o seu destino, a sua jornada, o seu propósito maior.

Nossos pais se esqueceram de nos avisar que o amar não era tão simples como imaginávamos. Que amar doía, machucava, era complicado e que nem sempre sairíamos bem de uma história de amor. Que o fim muitas vezes é tão rápido quanto o início. Que a pessoa que admirávamos já não tem tantos adjetivos quanto parecia. Que o que antes era pequeno, irrelevante e muitas vezes ignorado hoje se transformou em tantos sentimentos misturados que nem sabemos ao certo quem é e o que sentimos por aquela pessoa, que um dia achamos que seria nossa proteção inabalável.

Talvez nossos pais até tenham falado em algum momento da nossa, quase sempre frustrada adolescência, que amar era um tanto quanto diferente do que éramos acostumados a vivenciar, sentir, planejar e passar. Talvez eles, e até mesmo alguns de nossos amigos, nos falaram para ter mais cuidado, menos pressa e pensar melhor antes de fazer qualquer coisa, antes sair com alguma pessoa e se entregar quase que instantâneamente após o primeiro olhar, beijo e declaração inesperada, mas nossos corações - sedentos por amor, sedentos para amar, não pararam para pensar no que um dia alguém cuidadosamente nos avisou.

Ahh, como mandar no nosso coração? como controlar nossos sentimentos? como fazer com que a emoção não passe por cima da razão de uma forma tão brusca que nada mais faça sentido?

Dizem que o amor não acaba. Ainda não sei, acredito que não. Ou ele cresce, ou ele fica ali, guardado dentro do nosso coração na gaveta das memórias eternas, aquelas que vamos contar para nossos filhos para que eles não passem pelas mesmas dores que um dia nós passamos. E para que não sejam pegos de surpresa pelas mesmas frustações que nos fizerem sofrer e entender que o amor realmente não acaba, mas amadurece e cresce eternamente dentro da nossa alma, estando ou não com o ser amado.

27/08/2010

O amor que dói

E lá estava ela. Quieta, quase que fora do mundo real, imersa em seus mais profundos pensamentos. Sentada sozinha naquela praça ninguém dizia o quanto já havia sofrido por amor. Tão jovem, tão bela, tão bem vestida. Moça de família, certamente. Com ar de mistério, compaixão, fracasso, desânimo e dor. Mas o que doia era o seu coração. Doia, pois amava alguém que não tinha mais ao seu lado, vivendo sua vida, pensando seus pensamentos, sorrindo seu sorriso, olhando seu olhar.

O olhar que antes era vivo, alegre, intenso, com a necessidade de viver e conviver com um ser que a completava. Completava não, que a sentia e enxergava de tal forma que nenhum outro jamais sentiu e jamais sentirá, pois não existe mais dentro do seu ser a vontade de amar novamente alguém que em algum momento poderá fazer com que ela passe novamente pelo amargo sabor da perda, da derrota, do vazio dentro da sua alma.

De menina cheia de vida passou a ser uma mulher. Mulher que já não tem mais o brilho de uma verdadeira paixão. Que perdera a alegria de viver. O amor, que antes fazia pulsar com intensidade sua alma, agora a fazia um retalho de alguém que um dia foi. Era um farelo, um pedaço, um resquício de uma criatura que um dia acreditou que o para sempre faria algum sentido.

Mas a vida, agora sem prazer, não tinha mais nenhuma lógica, pois o brilho do olhar tinha sido apagado, tinha sido esquecido, tinha sido abafado por um triste e sonoro "não te quero mais", "não posso mais ficar ao seu lado", "não posso mais cumprir as promessas que um dia, erroneamente, fiz". "Não posso mais te proteger", "não tenho mais como te cuidar", "não posso mais sentir teu coração batendo junto ao meu". As desculpas de que não podiam mais ser o que eram antes minavam seus pensamentos e faziam com que as lágrimas brotassem de tal forma que o pranto se tornasse o seu maior consolo.

E lá estava ela. Quieta, quase que fora do mundo real, chorando e rezando, para que as lágrimas que rolavam por sua face se transformassem em força para conseguir novamente, um dia, voltar a sonhar.

26/08/2010

O amor de hoje

E quando se vê o príncipe não chegou, o cavalo branco não existe e o "viver felizes para sempre" é a maior mentira da humanidade. Já jurei para mim mesma que essas falsas promessas, feitas pelas nossas mães e avós, jamais serão repassadas para minhas filhas, afilhadas, netas, ou seja lá qual mulher poderei um dia esclarecer algumas questões sobre homens, amor, namoro e afins.

Não julgo que há séculos passados as mulheres esperassem pelo verdadeiro amor, pelo carinho incondicional, pelo casamento para o resto da vida e toda aquela coisa de que o homem certo viria em busca de sua amada. Não julgo, até porque antigamente não existia internet, celular, orkut, twitter e facebook, então só restava às mulheres a espera.

O amor de hoje é outro. Chega de príncipes com dentes perfeitos, cabelo impecável e roupas bem cortadas. Chega de esperar uma declaração de amor puro e verdadeiro, e chega (principalmente) de se guardar para o homem certo. Chega de acreditar que somos menos do que o sexo masculino, chega de sermos diminuídas e ridicularizadas por querermos direitos iguais em todos os sentidos, não só na área profissional, mas também na pessoal e sentimental.

Admito que ainda somos herdeiras de sentimentos que muitas vezes "falam" por nós. Admito que temos intrinsicamente o desejo de sermos amadas. Amadas de verdade. Mas sinceramente? Chega de esperar sentada por eles e pelas atitudes deles. Esperar por gestos de carinho que nunca virão, por abraços sem emoção, por palavras sem afeto e olhares sem cumplicidade.

Queremos que a palavra mulher seja entendida em toda sua plenitude e que o amor de hoje seja menos ilusório que o de antigamente. Que o amor de hoje seja menos irreal e com muito mais carinho, amizade, parceria e respeito mútuo. Até porque o príncipe não vai chegar e o cavalo branco... bom, esse nós trocamos por um belo carro do ano.

Começando a falar sobre o amor

Tanto se fala de amor. Já é clichê, mas desculpa é dele que sei falar. Não o entendo, até porque, dizem, sou nova demais para isso. Será que quando eu tiver meus 60, 70 anos eu o entenderei? Alguém o entende? Ou melhor, ele é feito para ser entendido? Pensando bem e até refletindo um pouco mais do que o costume, acredito que não.

O amor é feito para ser sentido, vivido, chorado, amado, viajado, roubado, olhado, cheirado, desenrolado, apertado... É algo tão sublime, como diriam os poetas, que não se entende, nem se sente, simplesmente se nasce com ele guardado dentro de nós em algum lugar tão secreto que cientista nenhum jamais descobrirá. Quando menos se espera ele surge de dentro de nós e quando vemos, fudeu! Estamos amando. Simples assim.

Amando a sensação de amar alguém que muita vezes nem ao menos sabe sobre esse sentimento, sobre os pensamentos, e até mesmo os lamentos que passam pelas nossas cabeças, pelos nossos corações e pelas nossas sensações.

O amor é tão surreal, que chega a ser irreal, dentro do natural gesto de amar o ser amado. Devo estar ficando louca, ou devo estar quase entendendo que o amor não se entende. Devo estar fora de mim e de meus sentimentos. Tenho atos que demonstram o quanto eu não supero mais os fatos. O fato de amar, mas amar tanto, que nem sei como viver sem ver, e ter, o ser que eu enlouquecidamente vivo amando.

Não cabe mais dentro de mim. Não tenho mais espaço dentro da minha alma, dentro dos meus membros, dos meus orgãos, do meu coração doído e do meu mais profundo ser.

Minha casa também é pequena demais para essas emoções que me consomem. É essa talvez a palavra que melhor explique hoje o meu amor. Ele me consome, me prende e liberta de tal forma que não sei mais viver sem ele, ao mesmo tempo que não sei mais viver com ele, pois é grande demais pra mim: pequeno ser que tanto fala de amor.